Na Chácara Santa Anna, na estrada municipal Antônio Stocco, Km 02, em Santo Anastácio, ocorreu o 1° Encontro da Família Lozzi e Gomes, reunindo vários familiares e dando início a essa tradição tão importante.
A história da família Gomes e Lozzi, de Santo Anastácio (SP), é marcada por encontros e destinos entrelaçados, como se o próprio fio da vida fosse tecido pelo acaso e pelo tempo. Tudo começou com Joaquim Gomes da Costa, um português nascido a 16 de março de 1895, em Santa Maria da Feira, Portugal. Seu nome, ressoando com as raízes de sua terra, logo se espalharia por um novo continente. Ele era um homem simples, de origem humilde, lenhador de profissão, com o espírito aventureiro de quem busca algo além do horizonte. Aos 25 anos, Joaquim decide deixar para trás a terra natal e, com o coração repleto de sonhos, se aventura para o Brasil, embora o destino tenha sua própria agenda.
Em 25 de setembro de 1920, ele embarca no navio Highland Laddie rumo ao Rio de Janeiro, e, finalmente, desembarca no Brasil em 13 de outubro do mesmo ano, chegando em Santo Anastácio e se estabelecendo nas margens da antiga estrada boiadeira do bairro Vai e Vem (hoje a estrada municipal SAS 345), uma região ainda marcada pelo sertão paulista. Era ali que ele, guiado pelo destino, encontraria Maria Lozzi, a filha de imigrantes italianos, que também trazia consigo o peso de um legado que cruzaria o oceano.
Maria Lozzi, nascida em 10 de setembro de 1905, em Pitangueiras/SP, era filha de Pedro Lozzi e Clotilda Marchio, ambos italianos. Embora nascida em terras brasileiras, seu sangue carregava a marca da Itália, o que a tornava, de certa forma, um reflexo do próprio Joaquim, também imigrante, mas de um país diferente. O encontro dos dois não foi por acaso. Ambos viviam na mesma região, onde a vida simples e difícil do sertão paulista unia pessoas em busca de uma nova oportunidade. Entre conversas furtivas e olhares compartilhados, Joaquim e Maria se apaixonaram.
O destino, porém, tratou de escrever uma história de resiliência e luta. A união deles resultou em 10 filhos, dos quais sete sobreviveram às adversidades da vida difícil no interior paulista, enquanto três faleceram ainda na infância. Essa realidade, dura como a terra que trabalhavam, forjou uma família marcada pela luta e pelo amor incondicional.
Ainda que o nome da família fosse distinto, Gomes e Lozzi, ambos originavam-se do mesmo ponto: o encontro entre Joaquim, o português destemido, e Maria, a filha de imigrantes italianos. O casal não se casou formalmente, mas, sem dúvida, a união foi marcada pelo amor e pelo esforço de criar uma descendência forte o suficiente para resistir às dificuldades do sertão.
O legado de Joaquim, que se registrou como imigrante no Brasil, e de Maria, que carregava o sangue italiano, gerou filhos com sobrenomes variados. Alguns com o nome Gomes da Costa, herdado do pai, e outros com o nome Lozzi da Costa, uma mistura do nome materno e paterno. O tempo, que parece sempre cobrar seu preço, também foi implacável. A história dessa família foi passada de geração em geração, com a memória dos falecidos ainda presente nos relatos familiares. Porém, as nuances dessa história nem sempre foram claras, com diferentes versões sobre o número exato de filhos falecidos na infância.
A história de Joaquim e Maria é um convite para que seus descendentes mantenham viva a memória de suas origens. A sugestão, quase um chamado, é para que cada geração atualize sua árvore genealógica, não apenas como um exercício de recordar, mas como uma maneira de preservar e transmitir o legado que, por muito tempo, foi forjado na terra dura do sertão paulista. Afinal, o passado é o alicerce do futuro, e cada geração tem o poder de continuar a escrita dessa história.
Texto escrito por Francisco Lozzi da Costa e Bruno Lozzi da Costa